Olá! Meu nome é Aline e eu sou a menina por trás do blog de muóda Frescura sem Censura.
Se tenho um sonho na vida, é o de, um dia, voltar a ser cast member. Sonho tanto, tanto com isso, que chega a dar um frio na barriga, daqueles tipo Sheikra. Não consigo enxergar na minha vida, hoje, meios que me levem de volta. Sou uma mulher casada, doida para ser mamãe...bem diferente da menina de 19 anos que só precisava antecipar a prova de Finanças. Mas como tudo o que eu sei é que nada sei, me bateu uma vontade louca de relembrar meus dias gostosos de Cast Member, e aquele "the time of my life". Não sei se um dia isso aqui se tornará público...mas vocês, meus queridos filhos que ainda não nasceram, um dia, certamente terão acesso a esse espaço, e assim, verão o quão feliz sua mamãe foi na terrinha mágica. A qualquer momento seu papai também vai aparecer nessa história, afinal, foi lá que nos conhecemos né? Só peço por favor, não me entendam mal. A Disney não é o céu, o Mickey, o Walt, o Peter Pan...nenhum deles é o meu Deus. Eu tenho um Deus, e jamais ousaria fazer uma comparação tão absurda. Já ouvi coisas estranhas nesse nível por amar a Disney. Ora...a Disney é um sonho. Uma realidade paralela. Um mundo fantasioso de seres fantasiosos, em que eu, sonhadora, amo viver. O Senhor é Deus, Rei do universo. Um Ser real, que nos levará a um reino real! Não existe comparação na minha mente. Eu amo a Disney, eu vivo pra Deus. Eu amo Orlando, e se eu pudesse, viveria minha vida inteira lá. Oras, precisamos viver em algum lugar não é? Orlando é a terra que eu escolhi no mundo. Mas isso são sonhos...distantes...mas sonhos!
Como blogueira de coração, precisava de um espacinho exclusivo, onde eu pudesse falar exaustivamente dobre a Disney. Amo escrever, amo contar sobre a Disney e sobre tudo o que acontece em Orlando. Esse espaço será destinado a isso: causar aquela água na boca e, se alguém ler isso aqui, quero mesmo deixá-los loucos de vontade de pegar o primeiro avião rumo à Orlando.
Vou começar esse post contando um pouco da minha experiência como Disney Cast Member, em 2006/2007. Sei que já faz muito tempo, mas os reflexos do que eu vivi naqueles dias ainda hoje podem ser vistos nitidamente na minha vida e na pessoa que me tornei. Posso até mesmo dizer que, desde esse ano de 2006, a maior parte da minha vida mudou. Logo entenderão os motivos de eu dizer isso.
Quando voltei da minha primeira ida à Orlando, em uma excursão para adolescentes (socorro!!!), fiquei louca pra voltar! Foi quando, fuçando a internet, descobri sobre o programa International College Program oferecido pela Disney (e no Brasil, aplicado pela STB). Tive certeza absoluta de que eu faria parte daquilo. Me inscrevi, e depois de duas entrevistas, palestras, pânicos, medos, sonhos, amigos virtuais, alegrias e alegrias extremas, fui aprovada. Logo, no dia 14 de Novembro de 2006 eu estaria embarcando no maior de todos os meus sonhos.
Fui na companhia das minhas duas melhores amigas, Nati e Lívia, de amigas da faculdade e de grandes amigos que fiz durante o processo seletivo. Ao chegar em Orlando, logo no primeiro dia descobri onde trabalharia. No lugar que eu mais desejei na vida: a Fantasyland do Magic Kingdom. Querem saber a parte mais bizarra? De todos os brasileiros que foram, trabalhar em quatro parques, dois parques aquáticos, hotéis e Downtown Disney, podendo atuar em atrações, ajudantes de personagens, personagens, atendentes de balcão, garçons, salva-vidas, na limpeza ou em lojas, apenas quatro caíram para trabalhar nas lojas da Fantasyland. No meio desses quatro, estavam eu e a Lí, minha melhor amiga.
Na época eu tinha apenas 19 anos, e ainda não sabia o que era maquiagem. Não era nada bonito...hehehe...mas nunca fui tão feliz!
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Acima estamos Michelle, Coco (amigo mais lindo de todo o Perú), Lívia abaixada, e eu. Trabalhávamos rodando em todas as lojas da Fantasyland, e nesta foto, estávamos na lojinha do Mickey's Phillarmagic que eu amo!
Atendíamos na registradora, arrumávamos as pelúcias, interagíamos com guests...de tempos em tempos vinha alguém com o papelzinho na mão nos informando a nossa próxima função. Não havia uma sequer que eu não amasse! - mentira...por duas vezes me mandaram organizar os carrinhos de bebês alugados, e aquilo era tudo de mais nojento que eu já vi na vida!
Na época fiz um videozinho com algumas fotos da minha location e do nosso "trabalho" quando as portas se fechavam. Vídeo tosquinho, tinha 19 anos, vamos dar uma colher de chá para a menininha das olheiras! Ah, no vídeo tem fotos de nós descendo a rampa ao lado do castelo, entre a Fantasyland e a Main Street, carregando os benditos strollers (os carrinhos de bebês azuis, vomitados e cagados). A sensação de descer aquela ladeirinha, mesmo carregando os strollers, foi uma das mais gostosas que já senti na vida. Olhar a Main Street completamente vazia, completamente linda e iluminada, fez eu me sentir a única naquele lugar (de fato, eu e mais três meninas éramos as únicas ali).
Aquele castelo era realmente meu. Aquela era a vista do meu castelo...pra mim! Só pra mim! Indescritível. Inesquecível!!
Durante o meu tempo Disney, peguei muitas horas extras em todos os outros parques, e até no Hotel Wilderness Lodge. Eu realmente queria conhecer tudo! Por duas semanas em fui relocada para a loja do Pirates of the Caribbean por conta do grande movimento. Minha costume (uniforme) era fantasia de pirata, e eu passava o dia brincando de lutar espadinha com as crianças. As fotos abaixo mostram algumas das costumes que eu usei em diferentes locations onde fiz horas extras. Nessa foto da bela costume vermelha (só que não), eu estava com a Nati, trabalhando no Flame Tree do Animal Kingdom. Ela trabalhava lá e eu estava de extra. Eu amava demais fazer horas extras em outros lugares além da Fantasyland, trabalhava com alegria! Peguei muitos shifts na Mouse Gear do EPCOT ( loja gigante da entrada onde mais fiz horas extras), alugando strollers na entrada do EPCOT, na loja do Star Wars (perrengue, eu não conhecia nenhum personagem!), dos Muppets e do Indiana Jones do MGM Studios (é assim que estava escrito no meu papel então é assim que eu chamo!), vendendo acessórios e brinquedinhos iluminados no Fantasmic (do MGM)...até hora extra de lavar prato eu peguei (mas não indico a ninguém...não é nada agradável!!). Fora no meu próprio parque, já que todas as vezes que acontecia a Mickey's Very Merry Christmas Party, eles abriam horas extras para a gente trabalhar distribuindo pulseirinhas para as pessoas que pagaram pela festa, e checando quem não tem pulseira - e deveria deixar o parque. Liberavam muitas horas extras nas festas também, na distribuição de cookies e chocolate quente lá no Cristal Palace (nas festas de natal todos os guests tem direito a cookies e hot chocolat de grátis).
Minha casa era uma casa na árvore, literalmente. Tínhamos um pavão de estimação hehehe...e festa era o que não faltava! Chegava morta de tanto trabalhar e já emendava nas festinhas até de manhã. No dia seguinte, estava lá, linda e feliz trabalhando novamente - e repito que na época não usava maquiagem, vocês imaginam que cena mais linda minha cara de manhã.
É claro que tenho amor profundo pelo Tree Houses, eterno mesmo, para a eternidade! rs
Mas confesso que o Vista Way foi um caso de amor à parte...praticamente um adultério! Vivi uma vida dupla, e sem dúvidas, considero meus dias de ICP como "um tempo gostoso em que eu tinha dois lares e duas famílias".
Quem sabe um dia não posto algo sobre o Vista né? Mas é que ele é manjadasso, é o condomínio que há 325 anos vem abrigando cast members de todo o mundo. O Tree Houses não...ele foi uma edição limitada! Um luxo, uma côdirico! Tão luxo que agora virou um hotel de alta categoria, carésimo! Duas super suítes deliciosas, dois andares para festas mais emocionantes (não posso entrar em detalhes, não quero ser terminated...ops!)...digamos que era a rota de fuga dos under 21s que queriam burlar as leis americanas bebendo em território alheio. O andar de baixo era o quarto da Lelê (gigante, mas meio assustador...Lelê é muito mais macho que muito homem!), e onde ficavam as nossas máquinas de lavar e secar roupas. Era o único condomínio que tinha essa regalia de máquina de lavar dentro de casa, nos outros a galera tinha que usar as máquinas dos corredores E pagar por uso. Eu vivia como cão e gato com a Lí em uma suíte e a Nine e a Bel dormiam na outra. Lê (Quick Service - Cosmic Rays) , Li (merchan Fantasyland) e eu estudávamos juntas, Nine (attractions Pirates) e é de Brasília (e voltou à Disney como Super Greeter), e a maluca da Bel (merchan Tomorrowland) de Curitiba. Todas éramos do Magic Kingdom. Todos os habitantes do Tree Houses, aliás, trabalhava no MK! Mas é claro que nem metade dos ICPs do MK morava no Tree. Essa era a única coisa ruim do TH, só tínhamos ônibus pro Magic e pro Walmart. Para ir a outros lugares, tínhamos que descer no Magic, ou no TTC (Transportation Ticket Center, entrada para os monorails de guests para MK e EPCOT), e de lá pegar nosso buzu pra outros parques, hotéis e condomínios. Fail.
A gente se divertia mais que tudo na vida. Foram dias inigualáveis na vida de todos nós que vivemos aquilo tudo. A maior prova disso é que até hoje, tantos anos depois, muitos dos meus melhores amigos eu mantenho dessa viagem. Alguns deles moram em cidades, estados diferentes, e eu só converso pela internet. Nosso assunto é sempre Disney. O que vivemos foi tão forte e intenso que ficou. Nos marcou pra sempre!
Algum dia conto mais. Conto em primeiro lugar para mim mesma, minha memória piora a cada dia, e não quer me esquecer. Conto para meus filhos...espero que eles um dia amem essa terrinha como eu amo.
Beijinhos,
Aline
